MINISTÉRIO PÚBLICO PROPÕE AÇÃO CONTRA EX-SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DE LEME E COBRA DEVOLUÇÃO DE QUASE R$ 2 MILHÕES E SEISCENTOS MIL REAIS POR COMPRA MILIONÁRIA DE LIVROS EM BRAILE E LIBRAS 6pl5g
O Ministério Público de São Paulo acaba de ingressar com uma Ação Civil de Responsabilização por Dano ao Erário contra o ex-secretário de Educação de Leme, Guilherme Schwenger Neto – Processo número: 1500977-60.2025.8.26.0318 - cobrando a devolução de R$ 2.496.949,90 aos cofres públicos.
O motivo? A compra milionária de livros em braile e libras para alunos da rede municipal, mesmo havendo apenas 11 estudantes com deficiência visual ou auditiva matriculados no período entre 2021 e 2023.
A denúncia surgiu a partir de um inquérito civil, com base em representação anônima e documentos protocolados pelo vereador Airton Cândido, que também será testemunha no processo. Segundo a Promotoria, foram adquiridos 1.374 kits em braile, no valor de R$ 906 mil, em 2021, e mais 1.225 kits em libras, por R$ 1,6 milhão, em 2023. Todo o material foi entregue, mas grande parte segue encalhado nos estoques das escolas, sem qualquer utilidade prática.
As imagens apresentadas pelo vereador mostram pilhas e pilhas de material didático parado, sem uso, criando poeira. O vereador publicou suas falas na Tribuna da Câmara Municipal em suas redes sociais, as quais, também foram anexadas junto ao Ministério Público.
O Ministério Público não teve dúvidas: houve negligência grave, sem planejamento ou justificativa plausível para a quantidade absurda adquirida, ferindo a Lei de Licitações número 4.133/2021.
A ação movida pelo Ministério Público exige que o ex-secretário restitua integralmente o valor ao erário, com correção monetária e juros, já que, segundo a Justiça, trata-se de dano econômico direto ao município.
Enquanto isso, a gestão do prefeito Claudemir Borges, que sempre blindou o Secretário Guilherme Schwenger e sua equipe, mesmo diante de sucessivas denúncias, começa a ruir. Somente após a pressão causada por outra denúncia — a do escândalo da robótica, também revelado por Airton Cândido e pelo vereador Coronel João Arrais — o prefeito resolveu trocar a cúpula da Educação. Mas, até hoje, nada foi apurado oficialmente sobre o caso da robótica, e o silêncio tomou conta da Câmara e do Paço Municipal. O que houve? Não temos tal resposta...
Para muitos, a sensação de impunidade e de blindagem política chegou ao fim, e o Ministério Público entra em campo para cobrar o prejuízo da população lemense, que vê quase R$ 2,6 milhões jogados fora, enquanto faltavam e ainda faltam professores, monitores e até o básico nas salas de aula.
A cidade agora aguarda os desdobramentos judiciais e políticos desse escândalo que promete marcar profundamente os bastidores do governo Claudemir Borges e o futuro da educação em Leme.
Sandra Kauffmann